FREGUESIA DE MARTIM LONGO


A POPULAÇÃO DA FREGUESIA DE MARTIM LONGO:  1) Número de habitantes;  2) Variação do número de habitantes; 3) Taxas de crescimento da população; 4) Evolução da população comparada (1900-1960; 1960-2011); 5) Proporção face ao total da população do concelho: 6) Densidade demográfica; 7) Número de habitantes por grupo etário (2001 e 2011); 8) Percentagem de habitantes por grupo etário (2001 e 2011); 9) Diferenças por grupo etário (1878-2011); 10) Escolaridade e taxas de analfabetismo em 2011.



DESCRIÇÃO DA FREGUESIA DE MARTIM LONGO EM 1875

Freguesia, Algarve, comarca de Tavira, concelho de Alcoutim, 45 quilómetros de Faro, 250 ao S. de Lisboa, 600 fogos.

Em 1757 tinha 534 fogos.

Orago Nossa Senhora da Conceição.

Bispado do Algarve, distrito administrativo de Faro.

O papa e o bispo apresentavam alternativamente o prior, colado, que tinha 200$000 réis de rendimento, fora o dízimo

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Martim-Longo, é uma grande e rica aldeia, com boas casas, e menos mal arruada, situada a igual distância de duas ribeiras: Vascão ao N., e Foupana ao S.

Está assente em uma colina, já fora da serra do Algarve, dominada de todos os lados por grandes alturas.

O rio Guadiana, fica-lhe 25 quilómetros a 0. 

A igreja matriz, é um bom templo de três naves, e a mais antiga destes arredores. O prior recebia o dízimo das “miúças”, que andava por 300$000 réis.

Era o único do Algarve que recebia primícias.

A uns 350 metros do povo, há uma lagoa, formada pelas águas da chuva, que nela se conservam todo o ano, o que prejudica a saúde dos povos vizinhos.

É vasto o território desta paróquia, pois tem 18 quilómetros de comprido, por 12 de largo.

É composta a freguesia, de 26 aldeias pequenas.

Apesar de ser pouco abundante de água, é terra fértil, e cria muito gado de toda a qualidade.

Tem poucos arvoredos.

Fabricara-se aqui tecidos grosseiros, de Iã (“surianos”, “estamenhas” e  “frizas”). Também se fazem aqui muitas meias de Iã. Exportam de todos estes géneros, em bastante quantidade.

Há aqui uma grande feira, no dia de Corpus Christi.

Há na freguesia várias olarias de louça ordinária, que também se exporta.

Há aqui muitos almocreves.

Nos seus montes, há  grande abundância de caça, de toda a qualidade; pelo que há na freguesia, muitos e mui destros caçadores de profissão, que exportam coelhos e (sobretudo) perdizes, para várias terras, e até para Lisboa.

Também neste território há a celebrada “gran de carrasco” (kermes), tão querida e tão explorada pelos romanos.

Na Cova dos Mouros, desta freguesia, há uma grande mina de cobre, explorada, pelos srs. visconde de Carregoso e António José Pereira de Magalhães. Já foi explorada pelos romanos, ou pelos árabes, do que há muitos vestígios. Dá 22 por cento de pirites e cobre panaché.

Fica próxima á aldeia de Vaqueiros.

Foi comprada ao seu primeiro proprietário, por 50 contos de réis.

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Esta freguesia fica no termo da vila de Alcoutim.

No lugar da Berengeira (Berengária, nome de mulher) pariu uma mulher, em 31 de agosto de 1728, cinco crianças em uma tarde.

Quatro delas receberam o baptismo. A mãe não sentiu mais incómodo do que sentiria se o parto fosse de uma só criança.

Chamava -se Brites Lopes, e era casada com Manuel Gonçalves.

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Extracto da obra “Portugal Antigo e Moderno”, 1875, Vol. 5, Pág. 101